A minha tão sonhada imersão na Floresta Amazônica enfim aconteceu, e foi esplêndida! Escolhi um estado rico em cores, sabores, musicalidade e ancestralidade para viver experiências incríveis. Que tal navegar comigo neste post Belém (Pará): o que fazer, onde comer e dicas, e já planejar a sua viagem a este sagrado destino?
A geografia do Pará
Antes de mais nada, precisamos entender que existe o estado do Amazonas e a Amazônia, que é uma floresta tropical equatorial gigantesca, na verdade, a maior do mundo! Para se ter uma ideia, ela está presente em nove países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Venezuela e Brasil, que abriga a maior parte dos seus cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados. Já no Brasil, está em todos os estados da Região Norte – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de Mato Grosso e Maranhão, e ocupa uma área de aproximadamente 4,2 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 60%.
Belém (Pará): o que fazer, onde comer e dicas
Parque Zoobotânico Mangal das Garças
Em 2005, o governo do Pará resolveu revitalizar uma área de aproximadamente 40 mil metros quadrados às margens do Rio Guamá, o que para a região foi um grande presente, pois o local tornou-se um refúgio em meio ao agito do centro da capital.

A entrada no Parque Zoobotânico Mangal das Garças é gratuita, mas ele possui alguns espaços monitorados (cobrados à parte), são eles:
- Reserva José Márcio Ayres: viveiro de borboletas e beija-flores.
- Farol de Belém: uma torre metálica de 47 metros de altura e dois níveis de observação, a 15 e a 27 metros, de onde é possível ver a cidade do alto.
- Lago Cavername & Lago da Ponta: são artificiais e abrigo para aves pernaltas, marrecas e quelônios. No primeiro, há uma escultura de madeira do artista plástico Geraldo Teixeira, e no outro, vitórias-régias.
- Memorial Amazônico de Navegação: sua estrutura é feita em ipê, e seu telhado de palha. Durante a visita, o público acompanha os três aspectos da evolução dos meios de navegação na Amazônia: militar, comercial e regional, com a exposição de embarcações usadas na Região Norte.

Valores de entrada dos espaços monitorados (em 05/04/2025)
Reserva José Márcio Ayres: R$ 9,00
Farol de Belém: R$ 9,00
Memorial Amazônico da Navegação: R$ 9,00
Passaporte 3 espaços: R$ 22,00
Observação: menores de 7 anos e maiores de 60 anos não pagam. E para ter acesso a meia-entrada, é necessário apresentar carteirinha de estudante.
Atenção ao que é proibido: alimentar os animais; entrar com Pets; uso de drones, confetes ou fumaças; pisar na grama ou fazer piquenique.
Resgate de animais
O parque não é um local destinado a receber animais diretamente de pessoas físicas. Caso você encontre algum bichinho em situação de vulnerabilidade, machucado, vítima de maus-tratos ou acidentes, acione o Batalhão de Polícia Ambiental, no telefone 190 – Centro Integrado de Operações – Ciop. As denúncias podem ser feitas pelo Disque Denúncia no número 181.
As visitas guiadas com grupos ou escolas devem ser feitas com agendamento prévio por meio do e-mail: [email protected]. Já os ensaios fotográficos, precisam ser agendados no e-mail: [email protected].
Entrada: gratuita, exceto nas áreas monitoradas
Funcionamento: de terça a domingo e feriados, das 8 às 18h
Estacionamento: carro e moto – R$ 10,00 nas duas primeiras horas, a fração a mais R$ 8,00. Para bicicleta é gratuito, e é importante trazer cadeado e corrente.
Site: www.mangaldasgarcas.com.br
Instagram: https://www.instagram.com/mangaldasgarcas/
Parque Estadual Utinga
Logo na entrada, fomos recepcionadas por uma linda e gigante samaúma. Sua área equivale a 1.400 campos de futebol, onde os visitantes fazem caminhadas, andam de bicicleta, praticam canoagem e corrida e contemplam as belezas típicas da Amazônia. A via principal é toda pavimentada.
Durante o passeio, temos a oportunidade de visitar o Memorial Amazônico Verônica Tembé, espaço feito em homenagem à primeira cacica da etnia Tembé-Tenetehara e à valorização da cultura indígena.
Vimos tucanos e muitos macaquinhos, além disso, fizemos a Trilha do Patauá, de apenas 765 metros de extensão.
A entrada é gratuita, já as trilhas são pagas à parte e precisam de acompanhamento de guia. Tem uma empresa que opera dentro do parque.
Há ainda dois pontos de aluguel de bicicleta.
Endereço: Av. João Paulo, II, s/n – Curió
Funcionamento: de quarta a segunda, das 6 às 17h.
O que fazer em Belém: visitar o Theatro da Paz
Belém já foi considerada “A Capital da Borracha”, e no grande esplendor deste ciclo viu crescer a necessidade de um local capaz de acolher espetáculos do gênero lírico. Nascia assim, o Theatro da Paz, em 15 de fevereiro de 1878. Contratado pelo governo da província, o engenheiro militar pernambucano José Tibúrcio de Magalhães iniciou a obra tendo como inspiração o Teatro Scala de Milão, na Itália.

O espaço promove o encontro do estilo neoclássico com elementos amazônicos, no hall de entrada, por exemplo, o piso de pedras portuguesas exibe desenhos marajoaras, há lustres de cristal francês, estátuas de ferro inglesas e escadas de mármore italiano.
Assistir a um espetáculo neste que foi o primeiro de ópera a ser construído na Amazônia e, atualmente, é o maior da Região Norte, é alimentar-se de cultura em um espaço com excelente acústica, envolvido de detalhes preciosos, como piso em mosaico de madeiras nobres, afrescos nas paredes e teto, obras de arte, gradis e outros objetos revestidos com folhas de ouro. Toda sua história e arquitetura, entre outras características o conduziram a figurar a lista de Teatros Monumentos do Brasil, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
Acessibilidade: atualmente, está equipado com rampas, elevador que dá acesso ao camarote de Proscênio e ao andar de Frisas, além de banheiros exclusivos para pessoas com deficiência.
Ingressos: podem ser adquiridos na bilheteria ou pelo site www.theatrodapaz.com.br/bilheteria.
Horário de funcionamento da bilheteria: de terça a sexta-feira, das 9 às 18h. Sábado e domingo, das 9 às 12h. Sujeitos a alteração em feriados ou datas comemorativas. Telefone: (91) 3252-8603
E-mail: [email protected]
Site de vendas: www.ticketfacil.com.br
Endereço: Avenida da Paz, s/n – Campina
Site: https://www.theatrodapaz.com.br/
Instagram: @theatrodapaz
Visitas guiadas ao Theatro da Paz
As visitas guiadas têm duração de 45 minutos, e acontecem de hora em hora. Apesar da plateia vazia, é um mergulho significativo na história desse patrimônio artístico do estado. Recomenda-se chegar com 15 minutos de antecedência.
Entrada: Inteira – R$ 10,00, ingressos vendidos exclusivamente na bilheteria. Gratuidade: ocorre às quartas-feiras.
Funcionamento: de terça a sexta-feira, das 9 às 12h e das 14 às 17h. Sábados e domingos, das 9 às 12h.
Para grupos acima de 6 pessoas, é preciso agendar no e-mail: [email protected].
Casa das Onze Janelas

Espaço Cultural Casa das Onze
Endereço: Rua Siqueira Mendes, s/n – Complexo Feliz Lusitânia
Funcionamento: de terça a quinta-feira, das 9 às 14h. Sexta, sábado e domingo, das 9 às 17h.
Site: Espaço Cultural Casa das Onze
Mercado Ver-o-Peso
Já que seu nome é Mercado Ver-o-Peso, vamos falar inicialmente de números. Com uma área de 25 mil metros quadrados, é considerada a maior feira a céu aberto da América Latina. Sua inauguração ocorreu em 1625, no antigo Porto do Pirí, com o nome de “Casa de Haver o Peso” e, a princípio, era o principal posto de arrecadação de impostos da Amazônia.

Agora, encontramos um complexo arquitetônico e paisagístico que inclui: os Mercados Bolonha (carne) e de Ferro (peixe), as Praças do Relógio e Dom Pedro II, a Feira do Açaí, doca de embarcações, o Boulevard Castilhos França, a Ladeira do Castelo, o Solar da Beira, entre outros. Sua importância para a cidade é tão grande que foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Localizado no bairro da Campina, fica perto da Estação das Docas, ou seja, você pode conciliar os dois passeios no mesmo dia.
Segundo cadastro da Secretaria Municipal de Economia (Secon), o número total de permissionários registrados que trabalha nesses espaços é de 1.498, sendo 361 mulheres, e eles estão distribuídos em trinta e três setores. Fonte: Agência Belém.
Eu amo gente! E entre tantas maravilhas que tenho a oportunidade de conhecer em minhas andanças estão pessoas sábias e carismáticas, dispostas a compartilhar seus saberes sobre a vida e a cultura de seu povo. Quando falamos de Belém, do Mercado Ver-o-Peso, de ervas, automaticamente, um nome nos vem à cabeça: Beth Cheirosinha.
Bernardete Freire Costa tem 74 anos, e mais de 50 deles dedicados a ser erveira, ofício presente há gerações em sua família. Tudo começou com a avó dela, a Mãe Velha, que viveu 115 anos.
A vende essências, preparos medicinais e ervas in natura na maior feira livre da América Latina. Dentro dos vidrinhos e garrafas estão muita tradição indígena e ancestralidade. Ela envia os produtos para outros lugares do Brasil, é só entrar em contato pelos telefones: (91) 98602-9484 / 98429-5221 ou pelo Instagram: @bethcheirosinha_oficial.
Estação das Docas
A que diga que é uma espécie de Puerto Madero da Argentina, mas este complexo turístico tem um Q bem diferente, embora concentre restaurante, centro de compras e de serviços e eventos no mesmo espaço, encontramos muita brasilidade nos seus 32 mil metros quadrados, sendo 500 metros de extensão de orla.
A cultura paraense pode ser vista em cada cantinho de seus três armazéns, que abrigam ainda exposições em suas estruturas de ferro e vidro totalmente climatizadas; o Teatro Maria Sylvia Nunes com capacidade para 423 pessoas; o Boulevard da gastronomia com pratos típicos da região norte e de outros lugares do mundo, além de muito artesanato.
Passeio na Orla ao Entardecer
A Valeverde trabalha com vários passeios voltados ao Turismo de Lazer, Corporativo e Receptivo. Nós escolhemos fazer o da Orla ao Entardecer. Saímos da Estação das Docas, em Belém, às 17h30 e retornamos às 19h. Na embarcação são vendidas bebidas alcoolicas e não alcoolicas, além de salgados e algumas comidas típicas, em especial, o tacacá.
Durante a volta pela Baía do Guajará, fomos presenteados com um lindo pôr do sol e uma apresentação de dançarinos que nos alegraram com ritmos paraenses, como o carimbó e o brega.

Visite a loja deles que abre de terça a domingo, das 10h às 19h, onde comercializam muitas atrações. Caso queira, entre em contato nos telefones: (91) 98417-3212 / 3116-7669, ou pelo Instagram @valeverdeturismo.
O ingresso para o passeio que fizemos custa R$ 90,00 por pessoa, mas comprando com 48 horas antes da saída fica R$ 75,00. Há ainda uma promoção às quartas-feiras, com tarifa única de R$ 60,00 para todos os públicos.
Ilha dos Papagaios
A quem diga “acordei com as galinhas”. Nós não, tivemos o privilégio de testemunhar uma revoada de uma grande quantidade de outra ave no nascer do sol.
Próxima a Belém, a Ilha dos Papagaios é uma área de proteção ambiental, com apenas 6 casas e um santuário onde vivem cerca de 9 mil desses animais que dão nome ao local.
A espécie é curica, também conhecida como papagaio-do-mangue, que pesa 240 gramas e mede 33 centímetros. Seu corpo é verde e sua cabeça tem pelagem azul. Monogâmico, quando procriam, na ninhada nascem de 3 a 4 filhotes por ano, o que comprova a importância de preservá-los. Agradeço a Yani Barbier e a guia Patrícia da @amazonstar, por nos proporcionar esta vivência inesquecível.
Ilha do Mosqueiro
Quando for a Belém não deixe de incluir em seu roteiro um passeio para a Ilha do Mosqueiro, que fica a 70 km da capital paraense.
A agência @brazilamazon nos proporcionou uma experiência bem completa, conhecemos o centrinho, o Mercado Municipal, a Igreja de Nossa Senhora do Ó (que representa a Virgem Maria nos últimos dias de gravidez), o Hotel Farol, praias calmas e outras com ondas. Visitamos uma tapiocaria na praça central e experimentamos uma tapioca molhada.
Enquanto caminhávamos, percebemos que o local ainda preserva a arquitetura antiga, pois, algumas casas mantêm os nomes de suas famílias na fachada.
Tivemos a sorte de ter o @romulotnunes com a gente, que é aquele tipo de guia com tanto conhecimento que parece uma enciclopédia do destino. Agradeço a ele por tantos ensinamentos e ao Alex da Brazil Amazon Turismo por nos levar à Ilha.
Nosso tour teve duração de 7 horas. Saiba mais sobre este e outros passeios nos telefones: (91) 98143-5009 / 98717-7573.
Onde comer em Belém
Marujos Bar e Restaurante
Quem já visitou a Estação das Docas sabe que o local reúne muitas opções de “onde comer em Belém”. A Ale do @viagensdecaprala e eu escolhemos sentar de frente à Baía do Guajará para apreciar o pôr do sol e deliciosos pratos com ingredientes típicos da Amazônia servidos no restaurante @marujosoficial.
De entrada, foi a Batata Suprema, com carne seca e um creme de queijo espetacular. Gostei muito mesmo! A Ale experimentou o carro-chefe da casa, premiado no IV Ver-o-Peso, chamado A Grão Pará, com filé de filhote grelhado, molho de tucupi, camarão e arroz com jambu.
Já eu, fui de Picadinho Popeye, que vem carne moída de soja, passas, castanha-do-pará em lascas, arroz, batata palha e farofa com banana. Veio tanta comida que ainda levei uma marmitinha para comer no outro dia.
O Marujos tem uma outra unidade na Praia do Farol Velho, em Salinópolis. Agradeço à Glenda, ao Patrick e à Érica por toda atenção desde as respostas rápidas via WhatsApp até o momento da ótima experiência gastronômica!
Como chegar em Belém
Avião: O Aeroporto Internacional de Belém – Júlio Cezar Ribeiro (Val-de-Cans), fica a 12 km do centro da cidade, e recebe voos de diversas capitais do Brasil. É importante dizer que, dependendo do ponto de partida, os voos não costumam ser tão em conta, portanto, fique de olho nas promoções das companhias aéreas. Eu por exemplo, consegui comprar minhas passagens utilizando pontos (milhas) do programa Azul Fidelidade.
Ônibus: Fiz uma simulação aqui e vi que uma passagem de ônibus da rodoviária do Tietê, em São Paulo, até Belém, custa entre R$ 650,00 e R$ 900,00 (valores em 03/04/2025), com duração em média de 2 dias e 5 horas de viagem ou mais.
Todas as indicações deste post, muitas delas feitas em parceria, condizem com a minha percepção e vivência, e refletem o que acredito e me motiva: incentivar as pessoas a viajarem mais, fornecer informações que facilitem suas vidas como viajante e dar dicas reais sobre os lugares que visito.